São em ações cotidianas que estão os maiores perigos. Jogar, trabalhar, digitar, navegar em redes sociais, e de uma hora para outra, pode haver dor e o risco de perder os movimentos das mãos ou até dos braços.
“Há cerca de um ano eu senti como se fosse uma queimação, um formigamento na área do punho. Fazia alongamento com ginástica laboral e melhorava”, lembra o operador de telemarketing Matheus Pires Bezerra de Melo, 21. Quando viu que a dor não passava, depois de cinco meses sentindo, ele procurou ajuda. Ele recebeu auxílio não apenas no tratamento da dor, mas na mudança de postura diante do que era necessário: digitar todos os dias.
Mudar o modo de sentar, de digitar, de colocar as mãos na mesa. Para Matheus, fez muita diferença. E não foi apenas no trabalho. “Tento, quando estou sentado ou deitado, não apoiar muito nos braços e evito fazer movimentos repetitivos”, conta. O formigamento sentido pelo operador de telemarketing foi um sinal de alerta, sinal de que o acometimento não é mais apenas muscular, mas a nível nervoso.
Com a estudante Ana Beatriz Carneiro Almeida, 21, o problema se apresentou de forma mais séria. Após sentir algumas dores no punho, ela se deu conta que a mão estava dura, ela não conseguia mais mexê-la. “Esperei uns três dias e não passou, aí fui ao médico. Estava com tendinite e ele me recomendou um antinflamatório e fisioterapia. Como não tinha como pagar a fisio, acabei só tomando o remédio mesmo”, fala. O uso excessivo do computador, com jogos, foi o que causou a tendinite da Beatriz.
Ela precisou fazer repouso e colocar gelo na mão durante um ano, porque a dor sempre voltava, bastava ela digitar algum trabalho da faculdade. “Depois da tendinite, a ponto da minha mão ficar dura, eu precisei mudar de hábito. A gente não para de teclar e só percebe algo quando sente dor. Um amigo que jogava comigo ficou com o braço paralisado por quase um mês”, alerta.
Fonte: http://www.opovo.com.br